A gagueira é definida como um distúrbio da fluência verbal que se caracteriza por interrupções anormais no fluxo da fala, sendo geralmente, experienciada pelo indivíduo que gagueja como uma perda de controle, já que ocorre e modo involuntário.
São seus sintomas típicos: pausas, repetições ou prolongamentos de um som, sílaba ou palavra, assim como, muitas vezes, associada à uma manutenção anormal de uma postura laríngea e/ou articulatória (silenciosa ou audível). Também se observa neste distúrbio, por vezes, presença de comportamentos associados, chamados de comportamentos “secundários”, “compensatórios” ou “acessórios”, tais como o de movimentos de corpo indicativos de reações de luta ou fuga, piscar ou revirar os olhos, bater nas coxas com as mãos, bater com os pés no chão, movimentar a cabeça, tencionar os ombros e pescoço, tremor ou protrusão de lábios, ou dificuldades para iniciar ou sustentar o fluxo de ar…
EFEITO DO TRATAMENTO FONOAUDIOLÓGICO
Existem inúmeros métodos de trabalho fonoaudiológico dirigidos a gagueira.
Desnecessário falar que a gagueira possui base neurológica, ou seja, o cérebro encontra dificuldade para controlar movimentos automáticos da fala espontânea, a gagueira é imprevisível, desta forma não se tem controle absoluto sobre a mesma.
Minha experiência profissional tem sido na abordagem neuropsicolinguística, onde os objetivos são:
1) Dissolver mitos sobre a gagueira a fim de que o paciente compreenda melhor o distúrbio e possa começar a modificar sua maneira de compreender, lidar e reagir frente à gagueira.
2) Compreender situações favoráveis e desfavoráveis da fala e aquelas que podem melhorar a fluência e as que pioram a gagueira.
3) Aprender estratégias e/ou técnicas que favoreçam a fluência da fala, tais como: diminuição da velocidade da fala, aumento no uso de pausas, suavização dos movimentos articulatórios, aumento da melodia e maior uso de gestos apropriados durante a fala.
4) Compreender e manejar situações que causam piora da gagueira, como quando lê, fala em público, ao telefone, quando fala com determinadas pessoas, quando inseguro. Nestes casos, onde a pessoa se considera em situação de amedrontamento o cérebro dá uma ordem ao corpo para congelar, permanecer imóvel, até que a pessoa decida enfrentar ou fugir da situação.
Atualmente existem também recursos tecnológicos como programas de computador e o aparelho Speecheasy que auxiliam no tratamento da gagueira.
O tempo de tratamento dependerá sempre de inúmeros fatores como a intensidade da gagueira; presença ou não de outros distúrbios de fluência e/ou linguagem; presença ou não de distúrbios neurológicos e psiquiátricos; idade do paciente; a quanto tempo tem a gagueira; aderência ao tratamento e grau de especialização do fonoaudiólogo.
Também é importante salientar que o fato de já ter feito algum tratamento fonoaudiológico para gagueira não implica que nunca mais necessite outro tratamento. A gagueira poderá modificar-se ou agravar-se com o passar do tempo, poderão surgir outras doenças, novas experiências estressantes ou o próprio envelhecimento.
Para saber mais, entre em contato com a fonoaudióloga Arlete Barth clicando aqui.
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