TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade:

O QUE É TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH)?

Diagnosticar uma criança/adolescente com TDAH não é tarefa fácil, visto que os sintomas mais comuns como desatenção, hiperatividade e impulsividade, isoladamente, podem ser decorrentes de vários outros problemas, como: dificuldade de relacionamento com os pais, colegas e amigos; sistema educacional inadequado; alterações sensoriais e também outros transtornos comuns na infância e adolescência.

De qualquer forma, o diagnóstico deve ser realizado por médico em equipe interdisciplinar, composta por psiquiatra/neuropsiquiatra, pediatra, psicólogo, fonoaudiólogo, pedagogo, psicopedagogo, em minuciosa avaliação clínica constando observações de pais, professores e cuidadores a cerca do comportamento da criança/adolescente.

Segundo a Associação Americana de Psiquiatria o TDAH está subdividido em três tipos, cada qual com sua predominância, são eles: o tipo desatento, o tipo hiperativo/impulsivo e o tipo combinado.

Cada tipo ressalta comprometimentos específicos. Os mais desatentos costumam ser mais retraídos e apresentam maior prejuízo escolar; os hiperativos/impulsivos tendem a ser mais agressivos, gerando impopularidade entre colegas, bem como dificuldade de relacionamento familiar; já o combinado apresenta maior comprometimento global.

É comum observarmos nestas crianças/adolescentes sintomas que podem ir desde o berço com um sono agitado, choro fácil, muita atividade motora, bastante irritação em qualquer ambiente até um atraso significativo de desenvolvimento global.

A partir de 1980 a Associação Americana de Psiquiatria reconheceu, oficialmente, a presença de TDAH em adultos.

Atualmente acredita-se que 60% das crianças/adolescentes com TDAH ingressarão na vida adulta com alguns sintomas, porém em menor número do que apresentavam quando crianças/adolescentes.

Para diagnosticar no adulto é obrigatório demonstrar que o transtorno esteve presente desde criança/adolescente, fato este um tanto difícil em algumas situações, embora em muitos casos o indivíduo deva lembrar-se de um apelido (bastante comum) como “bicho carpinteiro”, “moscão”…

Nos adultos é comum observarmos dificuldade de organização e planejamento de suas atividades do dia a dia, como por exemplo, determinar o que é mais importante dentre muitas coisas que tem que fazer, escolher o que vai fazer primeiro e o que pode ficar para depois. Assim, costumam ser “estressados” quando se vêem sobrecarregados. Costumam deixar o trabalho pela metade, interrompem no meio o que estão fazendo e já iniciam outra coisa. A persistência nas tarefas pode ser bastante difícil para o adulto portador deste transtorno.

CAUSAS DO TDAH

Hoje já se sabe que o TDAH está muitas vezes relacionado com problemas na gravidez ou parto.

Mães que fumam na gravidez têm mais chances de ter um bebê com TDAH.

Complicações peri-natais, ingestão de álcool e drogas durante a gestação, infecção do Sistema Nervoso Central na primeira infância, efeitos colaterais de certas medicações predispõem a déficit de atenção. Causas ambientais como desvantagem social, famílias numerosas e déficits sensoriais (audição, visão…) também já foram apontados em diversos estudos.

Muitos estudiosos ligam o TDAH ao consumo de alguns alimentos durante a gravidez e também contato com produtos químicos como cera, desinfetantes, detergentes, removedores poderiam causar danos no feto, porém nada disso está confirmado.

É sabido que sua origem é genética e seus portadores apresentam uma taxa menor de dopamina, um neurotransmissor responsável pelo controle motor e atenção, causando falta de concentração e esquecimento do que lhe é pedido.

A incidência é maior em meninos (80% dos casos), por isso pode estar relacionado ao hormônio testosterona. Atinge de 3% a 5% da população, provocando baixo rendimento escolar, baixa auto-estima e dificuldade de relacionamento interpessoal.

Pestinhas, diabinhos, distraídos, desobedientes, agitados, moscões, estes são alguns dos adjetivos utilizados para definir o indivíduo com TDAH.

TRATAMENTO DO TDAH

Dificuldade de manter a atenção, desorganização e inquietude atrapalham muito o rendimento dos estudos. Normalmente, indivíduos com TDAH apresentam habilidades rebaixadas como: competência comunicativa, nomeação e memória de trabalho. Na escola têm dificuldade em copiar do quadro, a produção textual é pobre e sua leitura está sempre a mil por hora esquecendo, na maioria das vezes, de ler o título e detalhes importantes do texto, favorecendo a incompreensão do mesmo. Daí a importância do tratamento fonoaudiológico. TDAH pode estar associado à dislexia (dificuldade de leitura), disortografia (dificuldade de expressão escrita) e até a discalculia (dificuldades em cálculos). O fonoaudiólogo trabalhará estas competências: leitura, escrita, nomeação, memória de trabalho…

Assim sendo, o tratamento multimodal, ou seja, a combinação de medicamento, orientação a pais, professores e cuidadores além de estratégias específicas de como lidar com a criança em casa, na escola e na clínica; criação de regras; modificação do ambiente; flexibilização do currículo escolar; adequação do tempo, entre outros são alguns dos exemplos de trabalho com estes indivíduos.

Todas as crianças/adolescentes em idade escolar possuem habilidades e obstáculos para aprender. As habilidades são os recursos inatos, aprimorados pelo estímulo e pela experiência ambiental. Entre os obstáculos podemos citar os transtornos cognitivos comportamentais que limitam as funções cerebrais relacionadas à aprendizagem. Na maioria das crianças/adolescentes as habilidades se sobrepõem aos obstáculos, adquirindo paulatinamente um repertório de aprendizagem, tornando-os autônomos e com possibilidades sociais. Assim, a escola é um caminho aberto para aprendizagem. Há neste ambiente inúmeras crianças com dificuldades que devem ser mais bem orientadas a fim de que possam crescer e aperfeiçoarem-se contribuindo no futuro a sua comunidade.

A psicoterapia cognitivo comportamental também pode estar indicada nestes casos.

Para saber mais, entre em contato com a fonoaudióloga Arlete Barth clicando aqui.